Mudanças sem modificações...

Howard, aliás, continuaria a entusiasmar a Inglaterra mesmo após a Segunda Guerra Mundial, a criação das New Towns se inspirariam no seu modelo de garden-city, embora "as inovações do seu esquema tenham sido neutralizadas pela projeção anacrônica da cidade pré-industrial."

Até a metade do século XX as cidades inspiradas nesses modelos "acolheram e integraram a sucessão e a diversidade de experiências e estilos arquitetônicos", mas sem serem alteradas.

"O modern style, o classicismo estrutural de Perret, o funcionalismo dos CIAMs, ou o monumentalismo da arquitetura totalitária italiana e alemã , agregaram um toque plástico novo à cidade européia, mas não modificaram a sua estrutura.
Após a Segunda Guerra Mundial, a reconstrução respeitou mais frequentemente o perímetro das cidades destruídas, limitando-se a ampliar e homogeneizar o seu tecido.Ao lado do tipo metropolitano a densidade da armadura urbana antiga limitava a extensão das cidades."

Evoluções... discussões.

Depois da Primeira Guerra Mundial, a preocupação com a eficácia leva os progressistas à explodir o velho espaço fechado, os edifícios tornam-se unidades autônomas e a maior conseqüência disso é a abolição da rua.











Ébenezer Howard.

















O modelo culturalista tem princípios ideológicos como: “a totalidade prevalece sobre as partes e o conceito cultural de cidade sobre a noção material de cidade”. “A rua é um órgão fundamental, as formas diretoras não são mais as dos edifícios mas as dos locais de passagem e de encontro”. Entre seus representantes, Ébenezer Howard, Camillo Sitte e mond Unwin, realizador da primeira garden-city inglesa: Letchworth.














Letchworth Garden-city, Inglaterra.

Experimentações...




















Ville Radieuse, Le Corbusier.























La Cité Industrielle, Tony Garnier.







Tentativas...

Uma primeira expressão desse novo urbanismo progressista é La cite industrielle, de Tony Garnier, que segundo Le Corbusier, foi ”uma tentativa de ordenação e uma conjugação das soluções utilitárias e plásticas. Uma regra unitária distribui por todos os bairros da cidade a mesma escolha de volumes essenciais e fixa os espaços segundo as necessidades de ordem prática e as injunções de um sentido poético próprio do arquiteto”.

Esse modelo também foi muito divulgado pelos C.I.A.M. ( Congresso Internacional de Arquitetura Moderna)principalmente após a formulação da Carta de Atenas, e o próprio Le Corbusier, com sua Ville Radieuse. Sua idéia-chave é a modernidade e o interesse dos urbanistas volta-se para as estruturas técnicas e estéticas.








Ville Radieuse, Le Corbusier.



Sede da ONU, Le Corbusier.

Era o início.

“A sociedade industrial é urbana. A cidade é o seu horizonte.”
( Françoise Choay
)

Durante o século XIX, pensadores como Robert Owen, John Ruskin, William Morris, Charles Fourier, Etienne Cabet, Pierre-Joseph Proudhon, Karl Marx, Friedrich Engels e outros preocuparam-se com o problema da cidade questionando a estrutura e o significado da relação social. Suas reflexões e propostas estão conceituadas, segundo Françoise Choay, como pré-urbanismo.
Este difere-se do urbanismo tanto na teoria quanto na prática, e sua transformação pode ser explicada pela evolução da sociedade industrial nos países capitalistas. Suas idéias serão aplicadas, embora “sua tarefa polêmica e criadora afirma-se num movimento utópico.”
A reflexão sobre o impacto espacial da Revolução Industrial na cidade criou uma noção de urbanismo que, embora modernizada, continua sob os modelos: progressista ( agora com os CIAMs , Le Corbusier) que propõe uma cidade funcional e geométrica; e culturalista ( com a cidade-jardim de Ebenezer Howard) da cidade compacta e multifuncional.